Assunto: Comportamento
Sexualidade infantil - fases e características - Segundo Freud
01/10/2009 - Texto por Valesca Souza
Antes
de qualquer inquietação, é necessário entender que, se para o adulto
erotização, preconceito e desejos fazem parte da sexualidade, para a
criança estão mais ligados a conhecimento, descoberta e curiosidade. Não
há malícia.
Segundo
Sigmund Freud, sexualidade e infância são assuntos interligados. Já na
Fase Oral, que vai dos primeiros meses aos 2 anos de idade, a criança
concentra seu prazer na região bucal. E a hora da mamada é um momento de
alimentação e prazer.
A
higiene íntima também pode proporcionar sensações agradáveis. Para
Melaine Klein, discípula de Freud, a sexualidade infantil desenvolve-se
desde quando mãe e bebê se tocam, despertando prazeres mútuos. Este
período é único e delicado, e possíveis problemas podem trazer futuras
complicações no comportamento sexual da criança.
Entre
2 e 3 anos de idade, vive-se a Fase Anal. Nessa hora ocorre aquilo que
chamamos de "desfraldamento", quando há o contato real e visual com suas
produções fisiológicas e o controle dos esfíncteres (músculos anulares
que, por contração ou relaxamento, regulam o trânsito de órgãos como
bexiga e intestino). Esta etapa da sexualidade infantil também requer
atenção, pois um "desfralde" complicado pode gerar insegurança e
"rejeição" ao próprio corpo. Já estive com crianças que, aos 9 anos,
ainda requeriam a presença da mãe para realizar sua higiene,
consequência de uma Fase Anal mal trabalhada.
Dos
4 aos 6 anos, com relação a sexualidade infantil, a criança vive a Fase
Fálica, em que ocorrem as maiores explorações e descobertas a respeito
de seus órgãos sexuais. Nesse momento, eles também percebem a diferença
entre o corpo feminino e masculino de maneira mais evidente, e há mais
interesse no corpo do outro. A masturbação é recorrente, mas nessa fase a
criança não tem consciência nem malícia no ato que se resume em um
gesto gostoso, que faz bem ou serve como instrumento antiestresse. Ela
alivia tensões decorrentes de alterações da rotina ou ajuda a
"descarregar" as emoções. Por isso, os pais não devem ridicularizar,
proibir ou cercear este movimento. Dessa forma, podem bloquear o contato
da criança com o próprio corpo.
A
partir dos 7 anos, a criança vive a Fase de Latência, que antecede a
puberdade e na qual ocorre a preparação psíquica para mudanças que
virão. Nesse momento, o intelecto tem destaque na vida da criança, pois
as habilidades aparecem e as cobranças da família também. Dessa forma, é
natural que não haja muito espaço para que o pré-adolescente viva sua
sexualidade. Os pais podem auxiliar conversando sobre as mudanças do
corpo e até incentivando a "vaidade" em doses homeopáticas.
Atualmente,
há crianças com idade em torno dos 11 anos cujo desenvolvimento
corporal é avançado, e os pais precisam estar preparados para introduzir
o diálogo a respeito de temas como camisinha, gravidez e drogas. Além
de "preparar o terreno", essa atitude aproxima pais e filhos.
Adultos
ou crianças, somos todos humanos, e esta condição nos faz sentir,
desejar e querer. Por isso, para não serem pegos de surpresa com as
perguntas e atitudes dos filhos, os pais precisam se informar, ler. Em
caso de dúvida, vale buscar orientação profissional e trabalhar as
inseguranças diante do tema.
Se
nossas casas são invadidas por cenas picantes em qualquer horário e
nossos e-mails recebem mensagens maliciosas, precisamos estar preparados
para responder aos questionamentos das crianças. Lembre-se: a criança
que pergunta está pronta para a resposta, desde que a explicação seja
adequada para sua idade. Não delegue a outro o direito de responder e
dialogar com seu filho. Olhe bem nos olhos da criança e responda com
franqueza, conquiste sua confiança e garanta a formação de adultos mais
seguros.
*Valesca Souza
Psicóloga Clínica - Especialista em Neuropsicologia
Psicóloga Clínica - Especialista em Neuropsicologia
FONTE: http://www.alobebe.com.br
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