segunda-feira, 11 de março de 2013

Vilão da autoestima - "O maior vilão da autoestima eu diria que são as críticas negativas" Gostar de si próprio. Achar-se merecedor das coisas boas da vida. Cuidar de si e tratar-se muito bem. São atitudes como essas, que conduzem a um bom exercício da autoestima. E para conduzi-la bem, é necessário muito amor, por si mesmo.








Rosemeire Zago CRP 06/36.933-0 é psicóloga clínica, com abordagem junguiana e especialização em Psicossomática.
Estudiosa de Alice Miller e Jung, aprofundou-se no ensaio: `A Psicologia do Arquétipo da Criança Interior´ – 1940.
Criou e elaborou o workshop: “REENCONTRO COM SUA CRIANÇA INTERIOR” - a verdade sobre sua infância pode transformar sua vida, que nos leva diretamente na busca de nosso verdadeiro “eu”.
A base de seu trabalho no atendimento individual de adultos é o resgate da autoestima e amor-próprio, com experiência no processo de reencontrar e cuidar da criança que foi vítima de abuso físico, psicológico e/ou sexual, e ainda hoje contamina a vida do adulto com suas dores.

 
O Vya Estelar é uma revista do site UOL,  voltada para os CAMINHOS PARA O BEM-ESTAR INTEGRAL
Nesta postagem, contém partes da entrevista de Rosemeire Zago dada a Revista Vya Estelar.
Em entrevista ao Vya Estelar, a psicóloga Rosemeire Zago desvenda os mecanismos da autoestima. Fornece um teste de 10 questões para você avaliar exatamente como anda a sua e apresenta dicas para você melhorar sua autoestima. Rosemeire também revela como a autoestima afeta a sua vida profissional, afetiva e pessoal - inclusive a solidão. Veja também se seu filho apresenta problemas de autoestima.
Vya Estelar - O que é a autoestima?
Rosemeire - autoestima é a reputação que criamos de nós mesmos. É o que eu penso e sinto sobre mim mesmo. É a opinião e o sentimento que cada pessoa tem por si mesma e pelo seu interior. É ter consciência de seu valor pessoal, acreditar e confiar em si mesmo.
Pilares
A formação da autoestima tem 3 pilares fundamentais:
Autoaceitação + autoconfiança + autorrespeito = autoestima
Ter autoestima baixa é sentir-se inadequado à vida, sentir-se errado e sentir-se incapaz.
Vya Estelar - A autoestima é formada no período de 0 até 7anos ou a autoestima é sempre construída a vida toda?
Rosemeire - Não só a formação da autoestima, mas toda a personalidade é formada até aproximadamente os 5 e 7 anos, a partir principalmente de como as outras pessoas nos tratam. Por isso que damos tanta importância à infância. Nos primeiros anos de vida, a presença de figuras parentais (pai e mãe) é essencial na formação não só da autoestima, mas de todos os sentimentos que transmitam segurança, confiança e amor.
Se a criança for acolhida com carinho e satisfação, desenvolverá uma expectativa positiva em relação ao mundo. Existindo essa base de segurança, irá adquirir uma confiança básica em si mesmo, que é essencial não só na formação, mas também na manutenção da autoestima para toda a vida.
Vya Estelar - Porque as pessoas têm dificuldade em ter uma autoestima bem resolvida?
Rosemeire - Os fatores para isso são diversos, mas geralmente nos remetem à infância, quando somos em geral muito criticados, comparados, educados sob medo, sem sermos ouvidos, enfim, não nos faziam sentir importantes e capazes. Naquela época alguém perguntava que roupa queria vestir, o que queria comer? Poucos dentre nós fomos valorizados por aquilo que éramos ou elogiados por nossos esforços e conquistas.
Números assustadores
Nossos relacionamentos quando criança, geralmente, são dominados por críticas destrutivas, nos fazendo acreditar o quanto éramos incapazes e indignos de receber amor. E quando adultos, as pessoas procuram a autoestima em todos os lugares, menos dentro delas mesmas. Pesquisas recentes mostram que nos primeiros 18 anos de vida chegamos a ouvir, em média, entre 65 a 130 mil frases e mensagens destrutivas de pais, professores e pessoas significativas na formação.
Sobreviventes
Nossa mente registra aquilo que é comunicado de forma mais repetitiva nos primeiros anos de vida. Eu diria que a maioria das pessoas tem autoestima muito baixa ou o mínimo para sobreviver. Mas devemos lembrar que, como não podemos mudar o que já foi, utilizamos o passado apenas para buscar a origem, a partir disso podemos aprender a nos responsabilizar pelos nossos sentimentos e valorizar nossa capacidade e desenvolver a autoconfiança e assim autoestima e amor-próprio.
O amor
Vya Estelar - O escritor Lair Ribeiro afirma que a autoestima é o principal "talento" ou "pré-requisito" para uma pessoa vencer na vida. Como você encara esta questão?
Rosemeire - Acredito que a autoestima juntamente com o amor-próprio é a base para o ser humano. É a cura para todas as dificuldades, sofrimentos e vou mais longe, é a cura para todas as doenças (origem emocional) e relações destrutivas. As pessoas estão emocionalmente doentes, o remédio é um só: amor, principalmente, por si mesma.
Vya Estelar - Uma autoestima baixa, na realidade, seria o medo de encarar a vida, as pessoas e o mundo, achando que tudo isto é muito maior do que você?
Rosemeire - Não há só o medo de encarar a vida, mas principalmente medo de encarar a si próprio, pois em algum lugar dentro de si, acreditou-se não ser digno de nada, muito menos de amor. A autoestima baixa ou negativa denota uma pessoa com igualmente baixo amor-próprio e isso é muito triste, porque faz com que as pessoas entrem e permaneçam em relações afetivas e/ou profissionais desastrosas, destrutivas. A pessoa com baixa autoestima não acredita ser capaz de nada, muito menos de alguém que a ame, então ela se sujeita a qualquer tipo de relação para ter alguém do lado, tornando-se dependente de relações destrutivas, mas não consegue forças para sair.
Inocência
Vale lembrar que esse processo acontece inconscientemente, ou seja, a pessoa não tem consciência porque está agindo assim, apenas sente o sofrimento que pode se expressar em forma de angústia, dor no peito, choro e pesadelos. Há ainda o outro lado da autoestima negativa, é quando a pessoa passa total segurança, está sempre brincando, querendo ajudar, no fundo isso esconde uma pessoa também sem amor-próprio, só que ela busca o reconhecimento e amor por outro caminho.
Olhe-se
Ambos os casos têm dificuldade em aceitar elogios, culpam os outros pelos erros, encaram todas as críticas como ataques pessoais, tornam-se dependentes de relações doentes. Nestes casos, minha orientação é procurar olhar para dentro de si mesma e se tratar amorosamente e com muito carinho, como se encontrasse uma criança abandonada e com muito medo, pois é assim que a pessoa está neste momento. É importante procurar um profissional de confiança, no caso, psicólogo clínico, que pode ajudar muito a superar este momento.
A sua aprovação
Vya Estelar - Para alguém gostar de você é necessário em primeiro lugar que você realmente goste de você? É necessário você avaliar como você se projeta para o mundo e para as pessoas?
Rosemeire - É necessário, imprescindível, tudo o que você mais precisa, é de seu próprio amor, sua própria aprovação, só depois disso você poderá estar inteiro para se relacionar, trabalhar, enfim, viver. Você pode avaliar como você se projeta, a partir do momento que você observa como estão seus sentimentos internos, suas relações e seu nível de satisfação interna e paz.
Sozinho
Se você tem alguém, questione-se como está seu relacionamento, está satisfatório? Você gostaria de modificar algo? O quê? Está só? Como é para você ficar sozinho? As pessoas que têm dificuldade em ficar só, na realidade não conseguem ficar consigo mesmas, já se abandonaram e julgam que o mundo as abandonou.
Diálogo interno
E seu trabalho? Você gosta do que faz? O que pode fazer para melhorar? É importante perceber que só podemos mudar, modificar, depois de avaliarmos a situação e só podemos mudar o que depende de nós, querer mudar alguém só leva a frustrações. Você percebe tudo isso, mantendo sempre um diálogo interno.
Vya Estelar - De quais maneiras os pais acabam, às vezes sem querer, destruindo a autoestima de um filho?
Rosemeire - O ambiente familiar tem grande relevância nessa questão. Pais emocionalmente imaturos têm maiores possibilidades de desenvolver autoestima deficiente em seus filhos. Em qualquer idade, com certeza as críticas em excesso, as comparações e a superproteção são um desastre para a autoestima. Nada pior para uma criança do que ser tachada de bagunceira, desastrada ou incompetente, por exemplo: "Você não faz nada direito..." Frases como está podem influenciar para o resto da vida.
Cotidiano infantil
Ridicularizar a criança ou desvalorizar o que faz, a faz duvidar de seu próprio valor. Nos pequenos detalhes do dia a dia podemos perceber isso. Qual criança não costuma derramar leite do copo ou deixar a comida cair fora do prato? A reação do adulto vai contribuir e muito na formação do sentimento de segurança da criança.
Drama
Outro dia eu presenciei uma cena dessas e a criança em seguida começou a tremer toda. Imagine a reação que ela já havia recebido para desenvolver todo esse medo? Comparar irmão ou primos também não ajuda, muitos pensam que a comparação estimula a competição, muito pelo contrário, ela é totalmente desestimulante. Quem não se lembra das comparações feitas durante a infância e seus efeitos? "Seu irmão é mais inteligente que você..."
Superproteção
Nada mais frustrante para uma criança do que pais superprotetores, que tomam a frente dos filhos, completando o jogo, amarrando o cadarço do tênis, desenvolvendo na criança um sentimento total de incapacidade. Essas são algumas das maneiras de se destruir a autoestima.
Vya Estelar - De que forma isso vai refletir no sucesso profissional ou na Vida Afetiva e Sexual?
Rosemeire - Tanto as críticas, como as comparações e a superproteção desenvolvem um adulto que se sente incapaz, com culpa por tudo que faz, não faz e, acima de tudo, com muito medo. São grandes candidatos para a Síndrome do Pânico, que na linguagem simbólica representa um enorme "medo de ser".

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Sintomas
Vya Estelar - Como os pais podem perceber como está o nível de autoestima das crianças?
Rosemeire - Há alguns sinais. A criança que se recusa a aceitar desafios, por exemplo, pode estar com baixa autoestima. Ela passa a evitar situações em que se expõe, porque para ela, o fracasso é insuportável, pois confirma a ideia de que não tem valor. Frases tipo: "sou burro mesmo", ou " não sei fazer nada direito...", são frases típicas da criança que não está bem e que registrou essas frases que já foram ditas por alguém.


Vya Estelar - Como os pais devem educar os filhos em relação a autoestima?
Rosemeire - Devem incentivar a criança a tentar novas experiências, preparar o chocolate do café da manhã, mergulhar na piscina, pois essas situações oferecem riscos mas, depois de ultrapassadas, fortalecem a confiança da criança nela mesma, e é isso que ela precisa para acreditar em si. A independência é uma virtude da autoestima. Os pais podem chamar a atenção, mas sem exageros, mostrando a maneira correta de agir e estimulando-as a fazer certo da próxima vez. Assim, elas aprendem a se responsabilizar pelo que fazem e, em outra ocasião, terão orgulho de mostrar que já sabem a maneira correta de realizar a tarefa.
Perdas e ganhos
Se forem tratadas com gritos ou tapas, se sentirão incapazes, inseguras e com medo, não só enquanto criança, mas principalmente quando adulto. Os pais podem estimular a iniciativa, encorajando a tentar novamente sempre que não conseguirem algo e ensinarem que acima de tudo errar e/ou perder faz parte da vida. Outro ponto é estabelecer limites, pois é assim que ela percebe sua real importância. É indispensável também que a criança seja ouvida, se sinta importante e acima de tudo, amada.
Esfera das emoções
Vya Estelar - Uma pessoa com baixa autoestima teria problemas em todas as áreas da vida ou não?
Rosemiere - A autoestima está na esfera das emoções, e como nossas emoções são a base de tudo, se não houver uma estrutura emocional, não há relacionamento afetivo ou profissional que sobreviva. Experiências positivas que envolveram apoio mútuo, amor e compreensão propiciam o desenvolvimento da autoestima saudável, enquanto as negativas, como rejeição, abandono ou excesso de críticas, influenciam a autoestima de forma destrututiva.




Fonte: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/autoestima02.htm
 

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